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Gavião-de-rabo-branco Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816)
Ordem: Accipitriformes | Família: Accipitridae | Politípica (3 subespécies)


Individuo adulto. Foto: Leandro Borges

Gavião imponente, presente em grande parte do Brasil. Encontrado em campos naturais, regiões montanhosas, cerrado, áreas de pastagens e periferia de áreas urbanas. Normalmente observado planando em circulos ou pousado em postes na beira de estradas. Conhecido também como gavião-fumaça, gavião-de-cauda-branca, curucuturi e águia-de-rabo-branco.


Descrição:
Mede de 51-61 cm de comprimento, peso de 865 g (macho) e 1101 g (fêmea), com envergadura de até 135 cm. Adulto (forma clara) apresenta dorso cinza-escuro com "ombros" ferrugíneos bem visíveis; cabeça escura, às vezes com a garganta e pescoço branco; por baixo branco predominante barrado de preto; cauda branca com faixa preta na ponta da cauda, visível em voo; cera e tarsos amarelos. Adulto melânico (forma escura) apresenta todo o corpo cinza-escuro quase preto, às vezes com ferrugíneo no ombro e cauda idêntica ao da forma clara. Uma terceira forma de plumagem, não descrita nos guias de identificação aqui chamada de "forma ruiva", é parecida com a forma escura, porém, todo o peito é ferrugíneo com a cabeça e resto do corpo escuro, quase idêntico à forma melânica do Geranoaetus polyosoma. Jovem de plumagem variável, coloração predominante marrom, com quantidade variável de manchas claras no peito, sobrancelha clara, e cauda clara com faixa mais escura na ponta, nem sempre nítida ou visível, fêmea jovem é maior e mais escura. Pousado, as pontas das asas dos indivíduos adultos extendem-se além da ponta da cauda, enquanto que no imaturo alcança ou quase ultrapassa a ponta do rabo.

Dieta e comportamento de caça: Alimenta-se de insetos, répteis, pequenos mamíferos, anfíbios e pequenas aves. Seu comportamento de caça característico é capturar presas a partir de um poleiro ou através de voo planado. No entanto, uma terceira estratégia, a de ficar parado no ar com asas abertas contra o vento forte, é exclusiva desta espécie. Esta técnica é intercalada com o voo planado que é realizado graças ao uso das correntes térmicas, entre 50 e 100 metros de altura e pode ser uma adaptação a procura de presas. Procura queimadas para capturar animais no solo ou em pleno ar espantados pela fumaça. A caça a partir do poleiro geralmente é efetuada após o nascer do sol e nos horários do pôr do sol, enquanto a caça aérea é normalmente efetuada no período da tarde.

Reprodução: Nidifica em pequenas árvores solitárias ou arbustos, ambos com boa visibilidade; Constrói e reutiliza ninhos volumosos (de até 80 cm de diâmetro) com galhos secos e ramos, o quais reveste com ramos verdes. Coloca de 1 a 3 ovos com período de incubação de 39-32 dias. Os filhotes ficam emplumados com 49-52 dias (Marquez et al. 2005).

Distribuição e subespécies: Encontrado dos Estados Unidos até a Argentina, incluindo todo o Brasil (Sick, 1997). São conhecidas três subespécies:

  • G. a. hypospodius: sul dos EUA, noroeste do México até o norte da Colômbia e noroeste da Venezuela;
  • G. a. colonus: leste da Colômbia e Suriname até o Amazonas, e costa do Caribe;
  • G. a. albicaudatus: extremo sudeste do Peru, sul e sudeste do Brasil até o norte da Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina.

Habitat e comportamento: Vive em regiões campestres, savanas, campos de altitude e áreas urbanas. Em geral silencioso, plana muito a procura de alimento, pode voar a grandes alturas, às vezes se juntando a bandos de urubus e outros gaviões. Segundo Sick (1997) essa espécie pode se aglomerar em bandos (até 20 indivíduos) em áreas de queimadas à procura de presas. Também vasculha estradas em busca de animais atropelados.

Movimentos: Espécie residente.



Indivíduo adulto (forma clara).
Cambará do Sul/RS, Dez 2012.
Foto: Willian Menq

Indivíduo adulto (forma escura).
Jacutinga/MG, Jul 2010.
Foto: Cláudia Komesu


Indivíduo Jovem.
Luiziâna/PR, Abril de 2013.
Foto: Willian Menq


:: Página editada por: Willian Menq em Fev/2018. ::



Referências:

Brown, L., & D. Amadon. (1989) Eagles hawks and falcons of the wor1d. The Wellfleet Press, New Jersey, USA.

Granzinolli, M. A. M. Motta-Junior, J. C. (2003) Ecologia Alimentar do gavião-do-rabo-branco Buteo albicaudatus (Falconiformes:Accipitridae) no município de Juiz de Fora, sudeste do estado de Minas Gerais. USP - Universidade de São Paulo. Tese de Mestrado.

Márquez, C., Gast, F., Vanegas, V. & M. Bechard. (2005) Aves Rapaces Diurnas de Colombia. Bogotá: Instituto de Investigación de Recursos Biológicos Alexander von Humboldt. 394 p.

Sick, H. (1997) Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Site associado: Global Raptor Information Network



Citação recomendada:

Menq, W. (2018) Gavião-de-rabo-branco (Geranoaetus albicaudatus) - Aves de Rapina Brasil. Disponível em: < http://www.avesderapinabrasil.com/buteo_albicaudatus.htm > Acesso em: .



 
 

Distribuição Geográfica:

Status: (LC) Baixo risco

Chamado - (gravado por: Chris Parrish)
By: xeno-canto.




Indivíduo adulto.
São Roque de Minas/MG Jul. 2008.
Foto:
Sávio Bruno
 

Casal adulto.
União do Sul/MT. Ago. 2010.
Foto: Valdir Hobus
 

Indivíduo adulto "forma ruiva".
Caraguatatuba/SP, Maio de 2014.
Foto: Willian Menq
 

Indivíduo subadulto.
Luiziana/PR, Abril de 2013.
Foto: Willian Menq
 

Indivíduo adulto.
Caraguatatuba/SP, Jun. 2016.
Foto: Willian Menq
 

Indivíduo adulto (Forma escura).
Nioaque/MS, Dezembro 2015.
Foto: Willian Menq