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Gavião-de-dorso-vermelho Geranoaetus polyosoma (Quoy & Gaimard, 1824)
Ordem: Accipitriformes | Família: Accipitridae | Politípica (4 subespécies)


Fêmea adulta. Foto: Antonio Pessoa

Gavião imponente, muito parecido com o G. albicaudatus. No Brasil, conta com apenas três relatos antigos, sendo nenhum documentado. Vive nas regiões semi-áridas da Argentina, Uruguai e na Cordilheira dos Andes, costuma planar bastante nas horas mais quentes da manhã, caça principalmente roedores e outros pequenos mamíferos.


Descrição:
Mede 45 a 62 cm de comprimento e peso de 810 a 1.300 g, sendo as fêmeas maiores que os machos (Bierregaard & Marks 2014). Possui plumagem bastante variável, sendo descritas até cinco formas de coloração. No macho adulto (forma clara) o dorso é cinza-chumbo com a cauda branca terminada em uma faixa preta, o pescoço, "bochechas" e partes inferiores brancas, podendo apresentar barrado próximo aos calções; a fêmea (forma clara) diferencia-se por apresentar um notável castanho em todo o dorso; Adulto melânico (forma escura) apresenta coloração geral cinza-escuro quase preto, mantendo o padrão branco da cauda com a faixa preta. Há também uma variação melânica (forma ruiva) em que o indivíduo apresenta todo o peito e parte das costas de cor castanho-ferrugíneo e resto do corpo preto. Já o jovem é predominantemente marrom, com pescoço e partes inferiores mais claro e mesclado com marrom escuro, similar aos jovens de G. albicaudatus e G. melanoleucus.

Dieta e comportamento de caça: Alimenta-se de pequenos mamíferos, aves e outros pequenos vertebrados. É um predador oportunista, em algumas regiões pode apresentar uma dieta de até 90% de roedores (Bierregaard & Marks 2014). Há também registros da captura de lebres (Lepus europaeus), principalmente de indivíduos jovens (Bierregaard & Marks 2014).

Reprodução: Constrói o ninho com gravetos e ramos, revestindo com musgo e liquens. Também pode nidificar sobre cactos,arbustos e postes de eletricidade (Del Hoyo et al. 1994). Coloca de 1 a 3 ovos, com incubação realizada por ambos os sexos. Os filhotes ficam totalmente emplumados após 40 a 50 dias de vida.

Distribuição e subespécies:
Considerado migrante austral no nordeste da Argentina, Uruguai e Colômbia (Olrog 1963, Brown e Amadon 1968). De acordo com Bierregaard et al. (2017) são reconhecidas quatro subespécies:

  • G. p. polyosoma: região dos Andes da Colombia até a Patagonia e Terra do Fuego, com migrações para nordeste da Argentina e Uruguai.
  • G. p. poecilochrous: Páramo andino até sul da Colombia e Equador;
  • G. p. fjeldsai: Puna andino para o norte do Peru e Chile (Tarapacá), e noroeste da Argentina (Jujuy);
  • G. p. exsul: excusivamente nas ilhas Juan Fernández (Chile).

Registros no Brasil: Conta com três avistamentos antigos no Brasil, sendo nenhum documentado (CBRO 2014). Já foi registrado na Ilha de Cabo Frio/RJ em outubro de 1985 (Pacheco, 2004), e alguns avistamentos (sem localidades ou datas específicas) na região pantaneira do rio Paraguai, sul de Mato Grosso, e na região costeira de Santa Catarina (Reichholf 1974). Há também um registro em Chuy (Uruguai) (Arballo & Cravino 1999), bem próximo da fronteira brasileira.

Habitat e comportamento: Habita zonas semiáridas onde predomina arbustos, e borda de matas. Plana muito, usando as correntes ascendentes de ar para ganhar altura.


:: Página editada por: Willian Menq em Fev/2018. ::



Referências:

Arballo, E. & J. Cravino (1999) Aves del Uruguay. Manual ornitológico – Tomo I. Montevideo: Editorial Hemisferio Sur.

Bierregaard, R.O., Jr, Marks, J.S. & Kirwan, G.M. (2017). Variable Hawk (Geranoaetus polyosoma). In: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. (retrieved from http://www.hbw.com/node/53131 on 28 October 2017).

Brown, L. & D. Amadon (1968) Eagles, hawks and falcons of the world. London: Country Life Books.

Olrog, C. C. (1963) Lista y distribucion de las aves argentinas.
Tucuman: Instituto Miguel Lillo (Opera Lilloana IX).

Reichholf, J. (1974) Artenreichtum, Häufigkeit und Diversität der Greifvögel in einigen Gebieten von Südamerika. J. Orn. 115(4):381-397.

Pacheco, J. F. (2004) Ocorrência acidental de Buteo polyosoma (Quoy & Gaimard, 1824) na Ilha de Cabo Frio, Rio de Janeiro, Brasil. Ararajuba, v. 12, n. 2, p. 168-169.

Site associado: Global Raptor Information Network

 



Citação recomendada:

Menq, W. (2018) Gavião-de-dorso-vermelho (Geranoaetus polyosoma) - Aves de Rapina Brasil. Disponível em: < http://www.avesderapinabrasil.com/buteo_polyosoma.htm > Acesso em: .



 
 

Distribuição Geográfica:

Status: (NA) Não aplicável

Chamado (por: Sebastian K. Herzog)
By: xeno-canto.




Macho adulto. Argentina, Abril 2016
Foto: Antonio Pessoa
 

Indivíduo jovem. Peru, Junho 2014
Foto:
Ester Ramirez
 

Macho adulto. Santiago, Chile,
Agosto de 2011.
Foto: Gabriel Moraes
 

Fêmea adulta. Argentina,
Abril de 2016.
Foto: Antonio Pessoa
 

Fêmea adulta. Argentina, Maio 2016
Foto: Antonio Pessoa
 

Macho adulto. Argentina,
Maio de 2008.
Foto: Sidnei Junior